O Autoritarismo galga terreno em terras de S. Pedro do Sul. Depois de vir a público um vídeo de propaganda fascista, em que imagens apologéticas da guerra colonial são acompanhados por música de Isabel Silvestre, um simbólico do folclore local, sabe-se agora que o Movimento Pró-Pátria (MPP) organizou, no passo mês de Março, "actividades culturais no Portugal profundo, percorrendo as serras da Freita e Arada (concelho S. Pedro do Sul)". António Carlos Figueiredo, edil do concelho, desvaloriza ainda assim todas estas movimentações nacionalistas. “A única coisa que me preocupe é a possibilidade de me poluírem a serra com cascas de melão. Nisso sou intransigente. Quanto ao resto, os fascistas, tal qual os bombeiros, também são pessoas humanas”. Já Jaime Gralheiro, histórico militante do PCP e consciência moral da esquerda no concelho, tem opinião diferente.”É inaceitável que fascistas organizados se passeiem pela nossa serra. Se esses senhores querem apreciar a fauna o que têm a fazer é comprar um bilhete para o jardim zoológico de Lisboa. É uma questão de rigor científico” afirma. A mesma opinião é partilhada pela oposição socialista.” Acho inadmissível que esta Câmara permita que a Serra da Freita se transforme numa instância turística para proto-fascistas”diz Fátima Pinho, vereadora socialista. Já Francisco José matos, vereador responsável pelo pelouro do ambiente, assume a pouca importância dos recentes passeios pela serra por parte do movimento. “Frauleins neo-nazis não fazem o meu género” confessa, resignado.