Jornal de Notícias: A Assembleia Municipal, onde o PSD tem a maioria, aprova amanhã a venda dos balneários das termas. Era isso que queria?
António Carlos Figueiredo: Os balneários já não vão ser alienados, por isso, a Assembleia Municipal já não reúne amanhã, porque o único ponto da agenda de trabalhos era esse.
Já não vende? Há alguma explicação para o recuo?Não se trata de um
recuo*. O que se passou é que ponderamos, reflectimos melhor e decidimos reavaliar o processo de venda daqueles edifícios. O balneário rainha D. Amélia, por razões históricas, por ser um emblema da estância, está fora de questão. É inegociável. Já em relação ao D. Afonso Henriques, estamos a equacionar vendê-lo em hasta pública a partir de Abril de 2007, mês da conclusão das obras de requalificação. E quem o comprar, vai ser na condição de a Termalistur se manter gestora do equipamento.
O negócio das termas abortou à nascença?Nada disso, está mais vivo do que nunca. Nós não perdemos tempo a discutir factos acessórios. Não embarcamos nisso, como queria a Oposição. O que é importante é o futuro das termas. E esse, nós queremos assegurá-lo.
E de que maneira?Chamando a nós um parceiro estratégico com quem vamos dividir o capital social da Termalistur. A empresa municipal manter-se-á maioritária, com 51 por cento, e o parceiro estratégico com 39%. Os restantes 10% vão ser subscritos pela Associação de Hoteleiros das termas de S. Pedro do Sul. O acordo foi assinado ontem e vamos levá-lo à votação na Assembleia Municipal, que deverá reunir para a semana.
Mas o futuro das termas qual vai ser?Vamos construir o segundo pólo da estância termal, em parceria com os novos accionistas. O projecto vai ser apresentado no próximo mês. Será um investimento de 54 milhões de euros, que vai apostar no termalismo de bem estar. O projecto contempla a construção de um hotel de cinco estrelas; uma clínica de reabilitação; um centro termo-lúdico; um centro comercial; moradias turísticas, etc. Vão ser criados mais de 600 postos de trabalhos.
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*Recuar, do Lat. re + culu, ânusfig.,
ter ideias contrárias ao progresso;
acobardar-se;
hesitar;
desistir de um projecto;
arrepender-se.