Dezassete de Setembro, Sexta feira. Finalmente chegou o dia! O acontecimento social do ano de São Pedro do sul é já hoje à noite. Não, não se trata do casório de algum ilustre sampedrense ou da estreia de propaganda do Cénico. Falo de algo bem mais sério para os irmãos ceboleiros. A ansiada reabertura. Da Pecados. Mortal, meus amigos. Duplamente mortal. Sinto-me tentado a pecar logo a noite. Que saudades tenho eu daquelas doses de pancadaria entre S. Pedro e Oliveira e daquela playlist a lembrar os saudosos Supermixes dos heighties. E os barmen? Todos mal encarados, de t-shirt berrante e com cabelo oleoso. E aquele cheiro a cerveja entornada - que aqui e além era misturado com o suave aroma a haxixe que queimava lentamente nas escadas- só comparável ao das casas de banho, artisticamente decoradas com grafittis de merda e vomitado? Enfim, uma panóplia de pormenores e situações em que a boîte era rica e que ficaram cravados na minha memória de adolescente. Mas hoje, temo só de pensar no que terá acontecido ao templo da noite Sampedrense. Ao que parece, com nova gerência, a casa profissionalizou-se. Agora tem fliers e propaganda moderna, empregados abichanados, novo logotipo e slogans a rimar. Possivelmente, a velhinha Pecados passará a ser uma discoteca higiénica, segura, de bom ambiente e com som vindo directamente de Ibiza. Mas sabem que mais? É pena.