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VILÓRIA IRRISÓRIA
quinta-feira, março 29, 2007
 
Tenham medo. Muito medo. O fascismo já chegou a Manhouce.
 
segunda-feira, março 26, 2007
 




Allô! Allô! Algum leitor que ainda pare por aqui? Duvido. Ainda assim arrisco ensaiar o meu momento Paulo Portas: estou de regresso. Não para refundar o centro-direita nem dar tabefes a conselheiros, descansem. Somente para picar o ponto.
Festa e escola, cerveja e sebentas. Foram as razões que desencantei para justificar a ausência prolongada aqui pelo Vilória. Mentira crassa. A minha vida social resume-se a frequentar 2 tascos e dar um salto à discoteca, enquanto que os estudos estão controlados e encaminham-se vertiginosamente para o seu fim. A razão para a minha improdutividade de blogger e falta de prosa actualizada versando S. Pedro deve-se mesmo ao facto de não existir realmente nada para actualizar. O Figo trocou-nos pelas Arábias, o Prof. Dr. José Bandeira não dirige nenhum jornal e o Dr. Ferreira Gomes já não nos brinda com os seus textos. Fora uma ou outra declaração radiofónica do Sr. Eduardo Boloto, a vida corre serena e calma nesta apática Sintra da Beira. Não que isso me entedie por aí além. Afinal de contas sou um conservador. Perco no blog, ganho em qualidade de vida. Num concelho dilacerado por eólicas, colonizado por néscios e governado por gente de igual calibre, esta discreta monotonia económico-social, cultural, psicológica e patológica é mesmo algo a que nos devem arreigar. Por aqui tudo tem uma cadência singular, propícia ao ócio e aos pequenos prazeres da vida. Sem transito, tempo, pressas ou correrias. Acredito até que esta letargia devia funcionar como factor competitivo em relação aos outros concelhos vizinhos e que, com algum engenho político, nos poderia tornar, a breve trecho, na capital da melancolia. Uma ideia à atenção do Ex. Sr. Presidente da Região de Turismo de Dão-Lafões.
Foi numa destas tardes, alheado de tudo e de todos e despojado de qualquer noção de tempo, por entre3 cafés e 6 cigarros, que os meus olhos pararam pelas palavras do Dr. Jaime Gralheiro. Noticias de Lafões, texto de página. Quanto à data, não me recordo. Podia ser Março de 2007 ou Maio de 74. Não interessa. Era o que, em terminologia jornalística, se designa por entrevista de fundo. Uma resenha da vida do entrevistado. Local de infância, apontamentos sobre a vida profissional e divagações políticas. Um género que, em abstracto, eu aprecio. Mostra a complexidade da pessoa entrevistada. Aplicado a um comunista, contudo, a coisa tende para a redundância. Num ortodoxo não há lugar para idiossincrasias ou leviandades na história da sua vida. Tudo é político. Dialéctica marxista, a quanto obrigas…
Percebe-se pela entrevista que, desde petiz, o Dr. Gralheiro muito cedo despertou para o comunismo. O então pastor da Macieira (“um parolo”, admite o próprio) confessa que a causa em defesa dos “desfavorecidos” se tornou latente quando, no exercício da sua actividade pastorícia, se apercebeu das dificuldades do campesinato rural em geral e dos pastores em particular. Ainda assim, ficamos a saber que pastor Gralheiro não vacilou perante as adversidades do mundo Rural. Na mesma entrevista dá conta, com natural orgulho, do seu percurso de vida que o levou dos baldios de Macieira aos claustros de Coimbra. E eu, sem ironia, respeito e admiro o trajecto. Do alto do meu mundinho burguês, cheio de latifúndios e facilidades, só tenho de admirar quem de pastor chegou a doutor.
Sendo inconclusivo sobre se a sua autoridade académica sobre baldios também tem reminiscências nesses tempos em que era a autoridade do rebanho, aquilo que mais me inquietou na entrevista foi o que se seguiu a esta declaração de tão garboso exemplo de vida. Acredite o leitor que o ilustre advogado nascido e criado durante o Estado Novo, que lhe proporcionou esta fulminante ascensão social, não teve pejo em verter sobre ele toda a sua bílis. Um ingrato. O mesmo regime que lhe ofereceu as cabras, os baldios e o canudo para se tornar num exemplo de “social climber”. É que nem eu, fascista assumido, tinha conhecimento desta volatilidade social que o sôtor Salazar proporcionou aos portugueses. Mais. Em 2007, nesta Suiça dos pretos, passados 30 anos de regime democrático, tenho as minhas dúvidas de que o Estado social dê aos pastores do séc. XXI as hipóteses que o Dr. usufruiu. Conheço alguns pastores e, por regra, o máximo que conseguiram foi tirar o 9º ano. Em comum como Dr. Gralheiro têm apenas a Macieira. Costumam tomar uma a seguir ao café.
E já agora, esta coisa da mobilidade social, do “american dream”, não é a prova provada que aquilo da luta de classes é uma treta pegada? Deixo a resposta para os especialistas.
Estava já eu convencido que o Dr. Gralheiro se tinhao rendido ao ideário liberal, quando, qual catavento doutrinal, a entrevista assume um carácter Indiano. Questionava agora a entrevistada sobre qual a sua opinião acerca do futuro Museu de Salazar, em Santa Comba. Com um Presidente de Câmara democraticamente eleito, com um programa eleitoral do qual já constava a criação do dito museu, parece, à primeira vista, que os habitantes de Santa Comba Dão teriam tanto direito ao seu museu como os Penichenses têm em relação ao museu do forte. Assim não entende o ex-pastor. Segundo o melhor dramaturgo de S. Pedro, quem quiser estudar cientificamente o fascismo não preciso de ter um museu. Basta estudar o acervo disponível. Brilhante. O Dr. Gralheiro acredita que os Salazaristas não direito a usufruir de um determinado museu. Para eles, arranja-se a uma espécie de Gulag intelectual: enviem-nos para a Torre do Tombo. Mais umas linhas e era logo para o Campo pequeno.
Ainda assim, é possível descortinar alguns laivos de tolerância no discurso. O Dr. chega a admitir uma hipótese em que se poderia, porventura, criar um museu na casa do Botas. Quando um dia se homenagearem todas as vítimas do “fascismo”, então aí sim, talvez os salazaristas, fascistas e falangistas deste país possam aprender História. Um verdadeiro sistema de castas.
Mas não julguem vocês que isto se trata da habitual cartilha comunista travestida de superioridade moral. Nada disso. A única coisa que preocupa o Dr. Gralheiro é os critérios científicos da coisa. O seu único receio é que o futuro museu se torne num santuário da extrema-direita. Fosse a direcção do museu entregue ao Dr. Fernando Rosas e as visitas guiadas conduzidas pela Odete Santos e não levantaria qualquer objecção. Faço pausa para respirar. Tento perceber a questão do rigor e do critério científico que todos os museus devem respeitar. Também eu não quero ver museus transformados em altares. Mas o que será isso do rigor histórico e científico? Os pormenores dizem tudo: durante a conversa, o Dr. Gralheiro, o mesmo que dá directrizes para se fazer História, usa 7 vezes a palavra “fascismo”. Para falar do regime do Benito? Nops. Para falar do Estado Novo. O rigor no seu esplendor. Não quero aqui arrogar-me de indicar métodos ou paradigmas para a ciência da História, mas na minha humilde ignorância, costumo ter a irresponsabilidade de ler umas coisas sobre o assunto. Entre os estudiosos do fascismo há opiniões para tudo. Desde aqueles que afirmam que a sua base doutrinária está nas ideias pouco desenvolvidos pelo Duce durante a sua juventude vagabunda, passando pelos que valorizam a experiência a da República de Saló até aqueles que olham para a Action Française como o principal pólo sistematizador da doutrina fascista. Vejam lá que até há uns que aceitam abertamente a influência do pensamento comunista. Comparação ao Estado Novo é que nunca vi nenhuma. Talvez numa próxima oportunidade o ilustre Dr. nos possa indicar a secção da torre do tombo onde nos possamos ir elucidar.
Dizia o Dr. Gralheiro que a sua experiência como pastor o despertou para a causa dos desfavorecidos? Eu arrisco dizer mais. Guardar ovelhas transmitiu-lhe toda uma mundividência. De cajado na mão, confinado à sua cerca, o Dr. Gralheiro acredita que as pessoas são parvas e andam em rebanho.
 
sexta-feira, março 02, 2007
 
Festas, festejos, jantares e jantarinhos têm-me mantido afastado do tasco. Mais uns dias e estou de regresso. Até lá.
 
"Muitas realidades fazem parte das nossas necessidades básicas" António Carlos Fiqueiredo. Um blog de S. Pedro do Sul. Comentários, críticas, acareações e donativos para viloriai@hotmail.com
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